sexta-feira, 11 de abril de 2014

MENINA DE CARACÓIS


Quantos são os anos de um destino crispado?
Quantas são as folhas secas numa garganta sedenta?
Quantos são os gritos da revolta na longitude da distância?
Porque não crês em vês de vestires essa desconfiança?

“Uma Mulher imensa dentro de um homem nunca se apaga”
Há mulheres, os monumentos, os pássaros, uma pedra
Já dizia o me Amigo Emanuel Félix, “um homem pode amar uma pedra”
Um homem quando ama, constrói um muro, semeia e medra...

“Há uma Mulher em mim como Sol em dia sem fim”
Não há tempo no rumo para a eternidade
Quero construir um silêncio ou um palácio
Quero tatuar-te na alma uma só verdade

“Escrevo esta verdade com insistência”
Porque não há palavra que valha o terror da solidão
E no cerne impercetível da tua terna vontade
Apenas resiste uma infame e mentirosa assombração

Atravessei hoje a ilha pelos olhos de uma criança
Dispersos incêndios que a loucura ateou
Vi uma Mãe linda sentado com dois meninos
Pensei em dor e amor, quem nunca amou?

Acenei-te com um lenço de água
Ser ilha foi sempre a minha vida
Trago sementes de amor nos olhos e só estou quando amo
Direi baixinho “gosto, tanto, quanto te amo”

Levarás esta ilha sempre escondida no silêncio da voz
Vejo a memória entristecendo teus olhos
A ilha tem nome de Anjo, tu chamas-te apenas mulher...
E nele cresce o rumor do Mar, Menina do mar, sem querer

Senta-te neste banco de vida
Penteia as tuas mais incontidas paixões
Quando te lembrares de mim no rumor de um entardecer
Entre o fogo e o abraço inapagável irás ver, querer

Não me demoro, vivo nasço a cada instante
Paro no tempo na procura de sete Sóis
Encontrei uma Mãe de olhar triste
Lembrei-me de uma...Menina de Caracóis...

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