sábado, 5 de julho de 2014

O DIÁRIO DA MINHA SAUDADE

O

Escureceu a memória nos teus olhos
Como profecia o mal tomou de assalto algumas almas
Há corações que se consomem na ausência
Há sentimentos perdidos na vida de uma hortência

Esta ilha não tem nome de mulher, ou tem?
Antilha a ilha mítica
Onde haviam doceis de ouro
Onde guardo mil lembranças, um tesouro

Sento-me neste banco de pedra
Rezo, desejo, mal digo, prevejo?!
Não! Vou escrever a sangue numa sarça
“O amor não existe, é loucura, é apenas desejo”

De quê?
De passos minúsculos sem tempo, sem rumo?
Que música faz crescer espinhos nos teus gestos?
Entre muros de branco cal, um Sol a prumo...

Um rumo...
Um perfume de santa verdade
Os inaudíveis rumores de falso sentimento
O acaso, um palhaço, uma rosa breve, momento

Há uma lonjura imposta por este coração
Na ilha todas as casas ficam perto da água
Na vida há pessoas que longe ficam, estando perto
Não estão, habitam o incerto

Tangidas de melancolia são as falécias da estupidez
Estarei desperto, sorrindo, ouvindo os dias
Estarei deslumbrado com todas as cálidas auroras
Serei sempre filho de um Mar, terei a irreverência das amoras

Na espuma levitam anjos de água
Há sonhos imensos outros menores numa mão
Dentro de mim reverbera o grito do milhafre
Este Homem tem orvalho no coração

Este Homem emana uma refulgência pura
Como gaivota ouve o sonho a verdade
Este HOMEM lavra todos os dias traços de vida
No...Diário da minha Saudade...

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