sábado, 16 de agosto de 2014

ANJO DE ÁGUA


Inquieto perscruto a voz calada
Nesta rua mesclada de pedra negra de fogo
Nas mãos pesadas do desentendimento
Gostava que o mundo parasse no teu olhar por um momento

Não há florestas novas sem o teu amor
Há um punhado de amor esperando o despertar
Este herói desconhece o fim da batalha
Este louco poeta repousa no teu chegar

Já esqueci a recolha da tua palavra amarga
Há mulheres que sorriem com os lábios de pedir esmola
Há uma tarde que nunca chegará ao fim
Quando pela primeira vez entraste dentro de mim

A corrente miúda e cantante das ribeiras
Lembra-me o teu riso
As ondas do teu cabelo Menina
Lembram o Mar, o amar

Nesta ilha a terra fecha-se à volta e tudo
Nunca é acaso o celebrar de uma nova aurora
Sabes?! São estranhos todos os Mares que senti
Sabes?! Fiquei, nunca parti

Por estes dias, subi, pensei, orei
Deixei-me cultivar pelas boas lembranças
Construí uma melodia muda em ironia
E subi ao alto do monte de todas as esperanças

É sempre verdadeiro o desgosto que surge à hora do poente
Risquei novelos de nuvens no céu da boca
Há palavras que me chamam sempre à realidade
Há um coisa que não entendes em mim, a saudade

Não há choro que rasgue horizontes
Não há vale que não tenha a sombra dos montes
Não há perdão que deva ser negado ao poeta
Mesmo que ele seja como eu, um pateta

As filhas do campo são azuis na ilha
Escondi no silêncio absoluto a magoa
Sempre serás no meu mais profundo
O meu...Anjo de Água...

2 comentários:

Anónimo disse...

É sempre verdadeiro o desgosto, não há perdão que deva ser negado ao poeta. .. A saudade, tanta saudade, a poesia, o poeta e os arranjos que nos fazem lembrar e manter viva sempre a maravilhosa língua portuguesa. Inesquecível, mesmo depois de anos fora. Obrigada pela obra...
é um anjo

Beijinhos

Paty Carvajal disse...

Hermoso, muito, beijos